O que fazer em Berlim em 1 dia
Chegamos em Berlim em uma quinta feira nublada; a sexta foi idêntica, mas o sábado chegou com sol e, com medo de ser o último dia de sol, resolvemos conhecer o máximo de Berlim em 1 dia.
Abaixo segue o mapa da nossa doidura:
Começando nossa super caminhada
Acordamos cedo para passear por Berlim, mas antes meu marido queria conhecer algumas escolas de alemão.
Fomos em uma perto da KaDeWe (Kaufhaus des Westens, isto é, Lojas de Dptos. do Oeste), mas que estava fechada (escola e não o “shopping”)!
Como não sabíamos por quanto tempo o sol iria mostrar a sua graça, decidimos seguir em direção ao Tiergarten, um parque gigantesco e aberto no coração da cidade, um dos vários parques espalhados por Berlim!
O primeiro ponto que visitamos foi a famosa rua Ku’damm (ou Kurfürstendamm) uma rua cheia de lojas caras; essa região se tornou o centro do lado ocidental. Seguimos em direção às ruínas da Kaiser Wilhelm Gedächtniskirche, ou a igreja protestante em memória do rei Willian! (Foto ao lado).
Essa torre está bem próxima à entrada “chinesa” do Zoológico e do Aquário.
Veja também:
- Conhecendo o Zoo de Berlim
- O Aquário de Berlim
- Como foi passar o Réveillon em Berlim com um bebê
- Os mercadinhos de Natal em Berlim e Bremen
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Tiergarten
Contornamos por fora e entramos no parque. Era outono e as folhas amarelas caídas no chão embelezava demais a paisagem.
Poderia até dizer que o Tiergarten é o Central Park berlinense, mas há tantos parques imensos pela cidade que não creio que exista um parque principal no qual todos os berlinenses vão no final de semana.
Ele se encontra no final da famosa Unter den Linden, após o portão de Brandemburgo e é um parque imenso e delicioso de caminhar (exceto no inverno, que fica todo branquinho de neve).
Outono em Tiergarten
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Obelisco da Vitória (Siegessäule)
Ainda dentro do Tiergarten, fomos andando em direção ao Siegessäule ou Obelisco da Vitória (concluído em 1873 para comemorar as vitórias militares da Prússia sobre a Áustria, Dinamarca e França entre 1864 e 1871).
O obelisco fica em uma rotatória. Para chegar até ele, é melhor pegar a passagem subterrânea.
É possível subir o obelisco e observar essa região do alto, mas não há elevadores! Se não me falha a memória, são 3€.
Uma das 4 ruas que contornam o obelisco é a rua que termina no famoso Portão de Brandemburgo.
Pegamos essa rua (do lado esquerdo de quem olha para o portão), mas decidimos ir por dentro do parque, nos embrenhando nas “ruazinhas” do parque, vimos um imenso palácio branco.
Fomos até lá e chegamos em frente ao Schloss Bellevue (Palácio de Bellevue, ou bela vista em português) que é hoje a residência oficial do Presidente da Alemanha (não confunda! A Angela Merkel é Chanceler e ela mora em um sobrado super simples perto da ilha dos museus).
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Memorial de Guerra Soviético
Voltamos para o parque em direção à rua que dava para o portão e para não nos embrenharmos novamente, saímos do parque e caminhamos pela calçada.
Em um determinado ponto, achamos um local que parecia ser um memorial, com alguns tanques de guerra e nos espantamos ao saber que aquilo era um Memorial de Guerra Soviético.
Por que o espanto?
Porque na época da guerra fria o memorial se encontrava do lado ocidental de Berlim, isto é, do lado “americano”.
Na verdade, o memorial foi feito logo após o final da 2°GM. É possível ver uma foto de inauguração do memorial, com o Reichstag destruído ao fundo.
Li que, após a construção do muro que dividiu a cidade, esse memorial era vigiado por soldados soviéticos.
Há outros memoriais soviéticos na cidade, um em Volkspark Schönholzer Heide e o maior em Treptower Park (muito bonito. Com tempo, vale a pena visitar) e foram erguidos não apenas para homenagear a vitória, mas também para enterrar os mais de 80 mil soldados mortos na cidade.
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Portão de Brandemburgo
Voltando ao nosso trajeto, seguimos em direção ao portão de Brandemburgo (Brandenburger Tor), a antiga porta da cidade que foi reconstruída no final do século XVIII como um arco do triunfo neoclássico.
Ele possui doze colunas dóricas de estilo grego, sendo seis de cada lado. Sobre o arco está a “quadriga”, com a estátua da deusa grega Irene – deusa da paz, em uma biga puxada por quatro cavalos.
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O Reichstag
Antes de atravessar o portão sentido Unter den Linden, viramos à esquerda e fomos ver o Reichstag, o prédio do parlamento alemão (Bundestag) que foi muito danificado em 1945 (havia já sofrido um incêndio em 1933, um mês após a nomeação de Hitler).
Após o término da guerra e a divisão de Berlim, este prédio ficou para o lado ocidental e sua reconstrução ocorreu apenas em 56. Como durante a guerra fria a capital da Alemanha ocidental era Bonn, o prédio voltou a ser o parlamento apenas em 90, quase 11 meses após a queda do muro.
Aliás, visitar a cúpula do Reichstag, que é gratuita, é parada obrigatória e vale muito a pena, mas que pede agendamento prévio!
Uma coisa que vi e achei interessantíssimo é o modo como os alemães tentam não apagar da cidade os traços dos eventos ruins que ocorreram na cidade.
Primeiro, temos a marca ao chão do local onde passava o muro de Berlim. Para alguns, pode parecer promoção para o turismo. Mas do pouco tempo que vivi lá, a marca é para que o povo não se esqueça do que um dia foi Berlim ou do que aconteceu ali.
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Memorial do Holocausto
Outro bom exemplo de não esconder o que foi feito no passado é o memorial do Holocausto. Após sairmos do Reichstag, retornamos sentido o portão, mas seguimos adiante (sentido Potsdamer Platz).
Ali, fomos ver o Memorial aos Judeus Mortos da Europa, também conhecido por Memorial do Holocausto, uma praça imensa com 19.000 m2, coberta com 2.711 blocos de concreto, parecendo com um campo ondulado de pedras.
De acordo com o texto do projeto de Eisenman, os blocos são desenhados para produzir uma intranquilidade, um clima de confusão e a escultura toda ajuda a representar um sistema supostamente ordenado e que perdeu o contato com a razão humana.
Embaixo do memorial há um “centro de informação”; mas quando fomos estava fechado e depois acabamos não retornando.
De qualquer forma, a informação que obtive é que o “museu” fica aberto das 10h às 20h (meses de abril a setembro) e até as 19h (outubro a março); Segunda feira é fechado e todos os sábados, às 15h, tem tour grátis (em inglês). Ah, é grátis para entrar na exposição.
Chegamos a pensar em irmos para a Potsdamer Platz, mas decidimos voltar e atravessar o portão, uma das portas mais antigas do país. Ao atravessar entramos no que, antigamente, era a Berlim Oriental!
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Unter den Linden
Assim que passamos o portão, encontramos a rua Unter den Linden, a principal rua do centro da cidade, com prédios monumentais.
Do outro lado do portão é possível ver a “quadriga”, a Parisier Platz e o hotel Adlon (foto ao lado). Após isso, tem o início da Unter den Linden, uma das ruas mais bonitas da cidade. Fazia parte do centro da Berlim oriental e é composta de diversos prédios monumentais.
E foi ela que resolvemos pegar!
INFELIZMENTE, e coloco isso em maiúsculo, ela estava toda em reforma. Vários prédios com tapumes e as àrvores de tílias (que dao o nome da rua), estavam depenadas (fomos no outono / inverno). O que nos restou foi observar alguns dos prédios que não tinham suas fachadas cobertas, como: o prédio da embaixada Russa, do museu histórico, da Biblioteca Pública, da Universidade Humboldt, da Neue Wache, o Arsenal de Berlim, hoje Museu histórico da Alemanha e do Berliner Dom (a catedral protestante).
No espaço onde antigamente ocupava o imenso palácio da República (o Palast der Republik), muito tapume, assim como a BebelPlatz com o Berliner Staatsoper Unter den Linden (a Ópera Estatal), a Sankt-Hedwigs-Kathedrale (a Catedral de Santa Edwiges – igreja católica), o prédio da l’Alte Bibliothek (biblioteca velha, que hoje abriga a faculdade de Direito), e a Humboldt Universität.
Enfim, precisamos voltar quando a reforma total acabar!
hehehehehe
Veja: Passeando pela Unter den Linden em Berlim
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A Ilha dos Museus
A Unter den Linden acaba na belíssima ponte do castelo (Schlossbrücke), que quando fomos também estava no meio de tapumes da reforma da região.
Não é tão fácil identificar a ilha dos museus como uma ilha. O ideal é ir até a ponte MonBijou para poder identifica-la (foto ao lado).
De qualquer forma, ela abriga 5 maravilhosos museus. Visitamos todos e aos poucos iremos postar nossa resenha aqui:
- Museumsinsel, a Ilha dos Museus de Berlim
- O Museu Pérgamo
- O Bode Museum
- O Neues Museum (museu Novo)
- O Altes Museum (museu velho)
- A Gemaldegalerie (nao faz parte da ilha, mas é um museu imperdivel!)
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Alexander Platz
Bom, já estávamos cansados, mas à nossa frente víamos a torre de TV (Berliner Fernsehturm) na Alexander Platz. Parecia perto. Até era, mas com o cansaço, pareceu uma eternidade!
Como estávamos do lado oposto à Berliner Dom, passamos em frente à praça Marx-Engels, com uma imensa estátua dos dois e, pouco antes da torre de tv, vimos uma igreja, a Marienkirche ou Igreja de Santa Maria, uma das igrejas mais antigas de Berlim, junto com a Nikolaikirche (era católica, hoje é protestante).
E por fim chegamos na nossa reta final, a estação de AlexanderPlatz e sofremos para entender qual e onde pegar o trem (a linha de trem e metros de Berlim é fantástica, mas é muito difícil de entender. Farei um post sobre isso).