No centro do Treptower Park, a antiga URSS inseriu um imenso memorial de guerra soviético, considerado o maior fora da atual Russia, para homenagear seus 80 mil cidadãos mortos durante a 2° guerra Mundial em Berlim.
Conheça Treptower Park e seu memorial soviético
Algo que sempre me “incomoda” (não sei bem se essa seria a palavra) na Europa são os monumentos e memoriais aos soldados e cidadãos mortos durante a guerra. Na Itália, a homenagem ao “soldado desconhecido” se encontra em diversas cidades e coroas de flores com as cores da bandeira eram sempre recolocadas em algumas praças. Cheguei a passar mal na cidade de Gubbio quando me contaram a história ocorrida na Praça dos 40 mártires.
Se Itália me chocou, imaginem vocês Berlim.
Nas campanhas da 2° Guerra Mundial, milhares de soldados da antiga União Soviética morreram. Apenas em Berlim, para a tomada do 3° Reich, aproximadamente 80 mil soldados do exército vermelho caíram. E para quem não se lembra, graças a esses soldados que a 2°GM teve fim.
Para homenagear esses soldados e também para enterrar a maioria deles, criaram 3 memoriais na capital alemã:
O de mais fácil acesso ao turista está em Tiergarten, perto do portão de Brandemburgo. Lá estão enterrados cerca de 2 mil soldados.
Um segundo, bem distante do centro turístico, se encontra em Pankow e lá estão enterrados cerca de 13 mil soldados.
E agora um terceiro, um pouco distante, mas de fácil acesso, se encontra em Alt-Treptow, dentro do Treptower Park, um memorial monumental, com cerca de 7 mil soldados.
O Treptower Park
Berlim é cheia de parques públicos imensos (acho que é por isso que eu a amei tanto) e este é o maior parque do lado oriental. Para chegar até ele, pegamos o trem da linha S e descemos bem na porta do parque, na estação de mesmo nome. Como nossa viagem a Berlim foi no inverno, o parque não estava tão convidativo. Até porque, ele fica às margens do rio Spree e o vento gelado nos afastou de uma boa caminhada. Por isso, seguimos até o Memorial Soviético.
O Memorial Soviético de Treptower Park
O memorial se encontra no centro do parque, mas para chegar até sua entrada, temos que atravessar a rua para o lado oposto ao rio. É fácil avistar a sua entrada, pois o seu ingresso se dá em um Arco do Triunfo.
Existem dois arcos, um de cada lado. Da primeira vez (foto abaixo), entramos pelo lado mais próximo à avenida que passa no meio do parque; Na segunda atravessamos a rua perto da estação e decidimos ir por dentro do parque (buscando Spielplatz para o Leo).
Ao passar o arco, um imenso corredor, com uma estátua central, a Mutter Heimat, (Mãe pátria) e bem ao fundo, o outro arco do triunfo.
Seguimos uma rua curta e reta e quase em seu final encontramos uma estátua bem triste, de uma mulher com a mão no peito esquerdo representando a Pátria Mãe.
Uma mãe que chora por seus filhos mortos.
A grandiosidade desde memorial soviético aparece quando nos viramos do outro lado desta estátua.
Um imenso portal feito em granito vermelho, com o símbolo da URSS e embaixo, soldados prestando homenagens, nos convidam a entrar.
Segundo a wikipedia, este monumento representa um par de bandeiras soviéticas (mas eu não consegui identificá-la como uma bandeira e sei que essa minha foto não ajuda muito).
Ao atravessar esse “portal”, vemos um imenso jardim e em cada lateral uma série de imensas lápides brancas totalizando 16 placas.
Cada uma delas mostram algum detalhe das batalhas do exército vermelho na 2° GM, além de citações de Stalin.
Ao fundo, centralizado com a estátua da Pátria Mãe, vemos a estátua do Guerreiro Libertador. Ele se encontra em um pedestal, na parte mais alta de um monte e curiosamente segura uma criança alemã em sua mão esquerda e uma espada na mão direita que aponta para uma suástica destruída.
Uma bela mensagem soviética ao mundo: nossos guerreiros derrubaram o nazismo e acabaram com a guerra.
Na base desta estátua tem uma sala pequena e bem escura decorada com mosaicos. Você não consegue entrar nela, mas consegue visualizar os mosaicos através da grade.
Depois que descemos essa escadaria, o tempo virou e começou a aparecer sol, como mostra a primeira imagem deste post (a foto da “capa”).
Esse foi mais um post do projeto 8on8 com o tema Parques e Jardins e como sempre, tem mais gente participando:
Let’s Fly Away – Parque Ecológico Imigrantes: Mata Atlântica em São Paulo; Travel Tips Brasil – Millenium Park Chicago; Entre Polos – Jardim do Sol em Joinville, a Cidade das Flores – Chicas Lokas – 4 parques na cidade do Rio de Janeiro; Mulher Casada Viaja – Jasper, Canadá, o pote de ouro no fim da Icefields Parkway; O Berço do Mundo – 8 belos jardins para conhecer em Portugal;
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Berlim me emocionou de uma maneira que eu não esperava. Quando visitei a capital alemã, já era minha terceira estada no país, já tinha visto alguns lugares e monumentos bem emocionantes, doloridos, mas nenhum deles mexeu tanto comigo quanto a cidade de Berlim.
Não, não tenho exata ideia da razão.
Eu achei o Treptower Park impactante! Eu estive em Berlim para Leo correr a Maratona de Berlim, uma das majors, então nosso tempo na cidade foi bem curto e tivemos que fazer escolhas. No Treptower Park, por exemplo, não fomos.
Não sei se pelo cinza do inverno, mas as imagens que você ilustrou este 8 on 8 são bem fortes, em minha opinião. Os monumentos são mais simbólicos do que possam parecer á um olhar mais descuidado. O caminho depois do arco me soou desolador, perturbador como nos campos de concentração. A estátua do Guerreiro Libertador é bem impressionante, como eu imagino tenha sido mesmo a intenção.
Gostei muito de conhecer mais intimamente o Treptower Park. Espero um dia revistar Berlim e então, conhecê-lo de perto. bjs
Oi Ju, também estive em Berlim no inverno e amei a cidade. Desde então tenho vontade de voltar e isso já tem 11 anos!
Não conheci o Treptower Park, mas adorei as suas fotos. Achei o arco e as estátuas bem bonitas. Quero conhecer!
Se puder retornar, nao deixe de visitar. Vale a pena!