A experiência de viajar de avião com um bebê!

A experiência de viajar com um bebê!

A experiência de viajar com um bebê!

Quando descobri a gravidez, uma das grandes preocupações de meu marido era: “E quando poderemos viajar novamente?”.
Não temos muitas crianças na família ou entre amigos e começamos a pensar que só conseguiríamos “mochilar” daqui uns 6 anos. Com o receio de ter que esperar por muito tempo, demos um jeito de fazer um mochilão por Portugal assim que a gravidez completou 3 meses (entre 3 e 6 meses a gravidez fica mais tranquila e segura).

Meses depois, nosso filhote nasceu e vimos que ele era o bebê mais doce e fácil do mundo e isso nos encorajou a gastar umas milhas que iríamos perder e fomos para Gramado quando ele completou 3 meses de idade.

Deu tão certo, que quando ele fez 7 meses, partimos para outra na Argentina e com 1 ano fomos para a Europa.

Mas a partir de quantos meses podemos viajar de avião com bebês?

A experiência de viajar de avião com um bebê!

Oficialmente, as companhias aéreas permitem voar com bebês acompanhados dos pais ou responsáveis a partir do 7° dia de vida, mas o ideal mesmo é esperar as vacinas e viajar com o pimpolho a partir do 3° mês (o ideal mesmo é após o 4° mês).

Duas dicas preciosas: algumas companhias reservam a primeira fileira (com mais espaço para as pernas, veja na foto) para idosos e pessoas com crianças. Chegue mais cedo no check-in e peça um desses assentos. Porém, não são todas as empresas que liberam esses locais.
A Aerolineas Argentina aqui no Brasil nos ofereceu a primeira fileira. No retorno, a moça na Argentina disse que era garantido apenas para os idosos (e no final das contas, os assentos acabaram ficando para 3 jovens que subiram atrasados no voo).
A Klm cobra por esses assentos (há preços diferenciados para assentos com mais espaços). Porém, quando fizemos o check in no Brasil, a moça disse que havia apenas 1 assento livre nessa 1° fileira e que poderia nos dar, ou ela poderia bloquear o assento do meio na nossa fileira (eram 3 assentos por fileira). Demos, claro, preferência por viajarmos juntos com o assento extra no meio.
Na volta não conseguimos nem os primeiros assentos (o voo estava cheio de crianças) e nem mesmo o assento do meio livre (o voo foi totalmente lotado).

Outra coisa que pode ser interessante é o bercinho. Nunca usei, mas vi algumas mães utilizando. A Tam e a Aerolineas cobram (e achei o preço salgado para o pouco tempo de voo). A Klm parece que não cobra, mas tem o limite de 1 ou 2 berços por voo. De qualquer forma, entre em contato com a companhia uma semana antes da viagem.

E como foram nossas 3 viagens?

  • O Léo com 3 meses e meio (de SP para Gramado – 8 dias)

A experiência de viajar de avião com um bebê!Muita gente fez careta. Quem o via, olhava para nós como se fossemos desalmados, mas foi a viagem mais tranquila das 3.

A programação foi um tanto quanto trabalhosa. Achamos que não rolava ficar em hostel (nos hospedamos no Blumemberg) e, por ser pequenino demais, não tive coragem de levar poucas roupas para mandar lavar fora. Fiz uma conta de 3 peças de roupas por dia. E levei um pacote de fralda.

O voo foi tranquilo. Tive muito receio dele cair no choro por causa do ouvidinho e li muito sobre isso. Assim, quando o avião começou a se movimentar, comecei a amamentá-lo.

Para bebês, esse processo pode demorar de 30 a 40 minutos e foi o tempo certinho do voo de São Paulo para Porto Alegre. Enquanto isso, ele dormiu e, ao sugar o peito, aquela dorzinha no ouvido foi evitada. #ficaadica

Passear pela cidade também deu certo. Nesta época ele era todo molinho, pequenino e exigia mais tempo de sono. Por isso, era colocá-lo no bebê conforto dentro do carrinho de passeio (ou no sling) e podíamos dar nossa voltinha pela cidade. Chegamos também a ficar mais tempo no hotel.

Claro que não rolava fazer nada radical, mas foi uma viagem bem tranquila.

Outro fator que facilitou muito a nossa viagem foi a alimentação. Com 3 meses, o Léo apenas tomava leite do peito e nem sequer nos obrigou a comprar papinhas ou levar frutas. Se chorava de fome, eu precisava apenas achar um local tranquilo e dar o peito.
😉

  • O Léo com 7 meses (de SP para Rosário na Argentina – 9 dias)
A experiência de viajar de avião com um bebê!
Aguardando o voo para Rosário em frente ao Aeroparque de Buenos Aires

Assim como a primeira viagem, o voo bem tranquilo! Ele mamou um pouco e dormiu boa parte do percurso. Quando acordou, ficou brincando com os passageiros do banco vizinho. Fizemos uma conexão no Aeroparque e, mesmo com a longa espera, ele levou de boa.

Levamos o carrinho com o bebê conforto, roupas para a quantidade de dias (para não ter que lavar por lá) e inclusive arriscamos ficar em um hostel (em quarto privativo, claro).

Com 7 meses o Léo não era mais todo molinho e dormia menos, mas isso não nos proibiu de sair com ele pela cidade. Ele ainda cabia no bebê conforto e a posição não era tão ruim para ele.

O único inconveniente foi a alimentação. Ele estava iniciando a comer papinhas e, acreditem se quiser: Não encontrei nenhuma papinha em nenhum mercado ou farmácia no centro da cidade. E procuramos bastante!

Havia levado apenas 2 potinhos para o dia do voo (pois não sabia se ele iria gostar, já que eu sempre as faço) e meia lata de “leite” NAN, que ele havia começado a tomar e entramos em desespero.

Resultado: aumentamos a dose de leite (o que nos obrigou a comprar uma da Sancor, pois não encontramos o Nan que ele tomava por lá) e exageramos nas frutas.

  • O Léo com 13 meses (de SP para Europa – 90 dias)
A experiência de viajar de avião com um bebê!
Primeira neve em Berlim

Aqui sim foi um desafio em todos os quesitos:

  • O tempo de voo era maior, ele já dava seus passinhos e o tempo de amamentação é bem mais curto (mesmo usando uma mamadeira de fluxo lento).
    Por isso, tentei mantê-lo com chupeta (naquela época ele ainda pegava – o ato de sugar minimiza as possíveis dores no ouvido). E levamos comidinhas para o voo (viajamos com a KLM e o voo da ida não tinha papinha para ele, apenas o voo da volta).

Tivemos a sorte do voo da ida não estar cheio e conseguimos um assento livre entre nós (o voo era noturno e fazê-lo dormir em nosso colo iria ser um inferno). O mesmo não ocorreu no voo da volta, que voltou totalmente lotado (mas que por sorte era diurno).
Sempre que ele começava a se agitar, nos levantávamos e passeávamos com ele pelo avião (e apesar disso tudo, ele não deu escândalo e nem incomodou os “vizinhos”).

  • A duração total da viagem foi de 3 meses e por isso, estávamos com 2 malas, 2 mochilonas, 3 bagagens de mão e o carrinho sem o bebê conforto (ufa!). O carrinho ajudou a segurar a minha mala de mão (na verdade uma bolsona) e a mala de roupas do Léo. Eu fiquei com meu mochilão nas costas e meu marido carregou a mochila com os laptops e tablets, a mochilona nas costas e as 2 malonas.
    NÃO FOI FÁCIL!!!!!
    Passamos até um baita perrengue em Roterdã, que contarei em um novo post.
  • Esses 3 meses passaríamos em Berlim (meu marido foi fazer pesquisa para o doutorado e estudar um pouco de alemão). Alugamos lá um apto mobiliado e, para viajarmos sem pagar 3 moradias (nosso apê em SP, o aluguel do apê em Berlim e hotel) decidimos fazer viagens curtas no início e no fim da viagem.
    Foram 5 complicados dias iniciais na Holanda, com todas essas malas, porém com um Léo mais obediente e que não estava ainda cansado de ficar no carrinho (que raramente usamos no Brasil) e 11 dias finais, nos quais ele já estava de saco cheio de ficar dentro do carrinho e se esperneava cada vez que tentávamos colocá-lo lá dentro. O que tornou menos difícil esses 11 dias foi que decidimos levar apenas as mochilonas (deixamos as malas em Berlim).
A experiência de viajar de avião com um bebê!
O dia que decidimos caminhar com ele. O dia estava lindo, com sol, mas o vento no centro de Berlim estava mais forte do que imaginávamos!
  • Era inverno (fim de outubro até o fim de janeiro) e para proteger o Léo, colocamos no carrinho um tipo de “saco-cobertor” que ficava preso no cinto e que se fechava com zíper. Para proteger da chuva, vento e neve, compramos uma capa de plástico, além claro, de roupas apropriadas (meia calça térmica, jaqueta grossa, gorro e etc). Tudo isso o protegia, mas também o incomodava, até porque ele cresceu e começou a ficar pequeno no “saco-cobertor”,
    O inverno pode atrapalhar na rua, mas não atrapalha dentro de casa e dos hotéis, que estão sempre com forte aquecimento.
A experiência de viajar de avião com um bebê!
Essa foto foi uma brincadeira que fiz em meu Instagram pessoal para dizer a todos: Sim, está frio! Neva lá fora, mas não estamos sofrendo! hehehehehe
  • Caminhar pelas cidades também não foi tanto problema. Todas as cidades que visitamos na Holanda (Amsterdã, Roterdã, Haia e Kinderdijk) são super acessíveis a cadeirantes e carrinhos de bebês. Além de planas, todos os meios de transportes eram adaptados (e o que estava no subterrâneo, tinha elevador).
    O mesmo ocorreu em Viena. A cidade de Praga e Bratislava também são planas, exceto para o caminho ao castelo. Budapeste e Berlim pecam no metrô. Nem todas as estações tem elevadores ou escada rolante. Inclusive diria que a BVG (empresa de meio de transporte de Berlim) danificou muito o carrinho de passeio do Léo (além de nossa coluna).
    Passear com o carrinho na neve foi outro grande dilema! Ainda bem que nevou pouco (pegamos apenas 1 dia de muita neve).

A alimentação também foi tranquila. Levei papinhas caseiras para os primeiros dias (que colocamos imediatamente na geladeira assim que chegamos aos hostels), mas em todos os mercados e drugstores você encontrará papinhas industrializadas. As mais baratas encontramos na Holanda. Em Viena tivemos dificuldades de achar no mercado.
Aliás, a chance de ter papinhas nas drugstores alemãs DM ou Rossmann (presentes em vários países europeus) é bem grande. Aconselho conhecer algumas palavrinhas em alemão (para saber o que vocês estão comprando).

A experiência de viajar de avião com um bebê!
Prateleira com papinhas em um supermercado discount (Netto)

Apesar disso tudo, a viagem deu certo. Imagino que, se ficássemos apenas 2 ou 3 semanas e, principalmente, se tivéssemos ido na primavera, teria sido super fácil e light. Estaríamos com menos malas e o Léo não estaria tão fechado dentro do carrinho.

Muita gente acha que levar o carrinho é um problema, mas eu diria que é a solução! É um trambolho sim e que corre o risco de ser muito maltratado (como foi o nosso), mas ele otimiza muito os passeios e não judia tanto da gente.

Ficar em hostels também é possível, principalmente os que são considerados “Family hostels”. Os “party hostel” nem te aceitarão. Alguns tinham até mesmo berço (StayOkay de Roterdã e Maverick de Budapeste), nos outros, o Léo dormiu conosco e foi ok!

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About Juliana (www.turistando.in)

Mãe do Léo, professora de italiano e apaixonada pelas maravilhas do mundo.

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