O Altes Museum é o primeiro museu da Ilha dos museus de Berlim que avistamos enquanto caminhamos pela Unter den Linden. Está logo apòs o LustGarden e a Berliner Dom.
Se você está nos seguindo, viu que deixamos nossas duas últimas semanas para fazer a maratona nos museus. Hoje direi que não foi uma escolha muito sábia (pois tivemos 3 meses para fazermos isso), mas estávamos com receio de como seria o inverno na cidade (e queríamos gastar os primeiros finais de semana ao ar livre).
Com isso, acordamos cedo, pegamos o metro, descemos em AlexanderPlatz (pois apesar do frio intenso, o tempo estava bonito e queríamos caminhar um pouco) e seguimos sentido a ilha dos Museus.
O Altes Museum e sua arquitetura
Inaugurado em 1830, o Altes Museum (Velho museu) é o mais antigo museu público de Berlim.
O prédio foi projetado por Karl Friedrich Schinkel, orgulho da arquitetura alemã, e se impõe a quem passa pelo final da Unter den Linden, na altura do Lustgarten (Jardim dos prazeres).
Esse jardim tem a função de relacionar o museu ao Berliner Dom e permitir uma visão distante do prédio.
Deste ponto de vista, o prédio do Altes aparece soberano ao fim do jardim; suas escadarias largas o colocam um nível acima do jardim e sua altivez se completa pelas inúmeras colunas jônicas sobre as quais deita-se um friso onde se lê:
FRIDERICVS GVILHELMVS III STVDIO ANTIQVITATIS OMNIGENAE ET ARTIVM LIBERALIVM MVSEVM CONSTITVIT MDCCCXXVIII. (Frederico Guilherme III fundou este museu em 1828 para o estudo de todas as antiguidades e artes liberais).
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O Altes por dentro
Após subirmos as escadarias da foto acima, nos deparamos com um átrio retangular.
Do lado direito se encontra a bilheteria e chapelaria e a entrada para a sala 1.
Como precisávamos de um café para nos aquecer e conferir a fralda do Leo, retornamos ao centro do átrio.
Um ponto muito negativo: no inverno o museu inteiro é climatizado, exceto neste átrio.
O problema é que não é permitido entrar com jaquetona e, entre a chapelaria e esta porta, você passará muito frio.
E isso também vale para o 2° andar (a parte das escadas internas).
Conselho: Não faça como a gente: não tente entrar de jaquetona – rs.
O Thiago retornou até a chapelaria para deixar as jaquetas lá. Enquanto isso, eu e o Léo tremíamos ali!
Assim que ele retornou, percebemos que deixamos o ingresso no bolso da jaqueta e ele teve que voltar na chapelaria (e estava muito frio).
😥
As salas no interior do museu foram modernizadas e não parecem ter grande atrativo, com exceção da magnífica sala redonda, uma rotunda (foto ao lado), localizada no meio do prédio, onde colunas coríntias se intercalam com estatuária grega religiosa.
Uma abertura no teto permite a entrada da luz natural na sala; segundo alguns, por inspiração do Panteão de Roma.
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Circulando pelo Altes Museum
O Altes Museum Berlin tem 2 andares. O primeiro apresenta a arte grega e o segundo, a arte romana e etrusca. No centro do prédio está a rotunda.
No 1° andar temos o highlight do museu: a Batalha de Troia. Ali você também encontra o café, os banheiros e a lojinha do museu.
No 2° andar, a rotunda estava fechada, mas era possível ver, através de vidros, algumas estátuas.
Digitalizei o plano de visita do museu. Para ver, clique aqui!
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Accessibilidade no Altes Museum
Observando sua fachada, é possível perceber que eles tiveram que adaptar de alguma forma o museu.
Na verdade, não há um elevador exclusivo para idosos, cadeirantes e carrinhos de bebês. Usamos o elevador de serviço do museu e, para isso, você precisa falar com os seguranças (e eles vão conosco).
Para localizá-lo do lado de fora, você terá que contornar o museu pelo lado direito. Olhando para esta foto, você teria que passar direto pelas escadarias e contornar o museu no fundo da foto.
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O acervo do Altes Museum
Embora seu acervo tenha origem na variada coleção de arte da família real prussiana, o órgão responsável pelos museus de Berlim decidiu transformar o Altes em um museu dedicado exclusivamente a antiguidades. Seu acervo é composto por objetos arqueológicos e artísticos gregos, etruscos e romanos, especialmente estatuária, cerâmica e numismática.
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A Rotunda no 1° andar
Na rotunda, além de estátuas de divindades entre as colunas, está organizada a “Batalha de Tróia“, um conjunto de estátuas antigas representando a célebre guerra.
O conjunto tem uma história acidentada e sua organização (assim como sua restauração) é tardia e imprecisa arqueologicamente.
Nada disto impede, entretanto, a apreciação de estatuária antiga de altíssimo nível formando um conjunto bastante harmônico contendo deuses e guerreiros envolvidos em atos épicos.
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As salas do 1° andar
As demais salas deste andar são dedicadas à Grécia e se dividem em temas como heróis, deuses, monumentos funerários, joias, moedas e teatro.
O acervo enorme oferece um panorama ao mesmo tempo amplo e detalhado. Um bem significativo é “O menino rezando” — uma obra em bronze provavelmente feita no período helenístico.
Ele circulou por várias cortes desde que foi descoberto no século XVI. Sua interpretação é ainda hoje incerta, uma vez que a ideia de que ele está rezando se deva aos braços levantados, que no entanto foram colocados posteriormente.
Há também a “Deusa de Berlim“, uma estátua feminina, provavelmente de uma deusa do século V a.c. e a solene “Deusa de Taranto“, divindade feminina provavelmente feita no século IV a.c. e cuja identificação ainda não foi estabelecida (há quem diga que é Perséfone, Hera ou Afrodite).
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As salas do 2° andar
Neste andar há etruscos e romanos dispostos em salas mais amplas e menos numerosas. Elas também estão organizadas por temas, como o surgimento da civilização etrusca, Etrúria, vida e morte em Roma, arte erótica, luxo como modo de vida.
Especialmente importantes para o acervo são os retratos de Julio Cesar e Cleópatra, dispostos um ao lado do outro, evidentemente. Apesar destes “highlights” serem especialmente notáveis, o museu exige uma visita calma e dedicada ao acervo como um todo, pois ele é capaz de construir, diante dos olhos do visitante, uma imagem ampla, complexa, rica e sobretudo lindíssima da Grécia, da Etrúria e de Roma.
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O que ocorreu com o Altes Museum durante a guerra?
Durante a II Guerra Mundial, assim como ocorreu com os outros museus de Berlim, parte do acervo foi dividida e transferida para locais seguros.
O prédio foi bombardeado e incendiado. Parte do acervo que permaneceu foi perdido ou destruído. Segundo informação da wikipedia foram cinco grandes bronzes, cerca de 30 vasos de pedra, mais de 1.500 vasos de cerâmica, incluindo obras-primas de célebres ceramistas-pintores gregos, 100 peças de joalheria e mais de 150 pedras preciosas.
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Os museus da Ilha do Museu (Museumsinsel)
A ilha dos museus é uma pequena ilha sobre o rio Sprea, presente no centro de Berlim e que recebe em uma das pontas 5 museus importantes da cidade:
- O Museu Pérgamo
- O Bode Museum
- O Neues Museum (museu Novo)
- O Altes Museum (museu velho)
Além da ilha, Berlim està repleta de museus. Por questao de tempo, visitamos apenas a melhor galeria de arte da cidade:
Informações básicas:
Como chegar: O Museu fica na ilha dos museus, perto da catedral de Berlim (Berliner Dom). Para quem caminha pela Unter den Linden, é o primeiro museu da ilha.Endereço: Am Lustgarten – Berlin, Alemanha
A estação mais próxima pode ser a de Friedrichstraße (linhas U6, S1 S2 S5 S7 S25 S75) e a Hackescher Markt (S5 S7 S75).
Outra opção pode ser descer na AlexanderPlatz (U2) e trocar para a linha (S5 S7 S75) e descer em Hackescher Markt ou ir andando (como fizemos).
(clique na imagem ao lado para aumentar de tamanho)
Preço:
€ 10 e o ingresso pode ser comprado através deste link e é válido para um dia.
Você também pode comprar o “Passe dos Museus da Ilha” (Museum Island all exhibitions), através deste link. Este bilhete te dá acesso a todos os museus da ilha dos Museus.Outra opção é comprar o “Museum Pass Berlin”que, além do Museu Bode, dá acesso também a dezenas de outros museus durante 3 dias consecutivos .
- Horário:
Fechado às segundas. Todos os outros dias das 10:00 às 18:00; Quinta feira fica aberto até às 20hs. Em caso de feriado, visitar o site.
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🙂
Post épico para uma cidade épica. Que fotos espetaculares hein, realmente fiquei motivado a voltar até Berlim, que saudade desse lugar que pulsa uma energia impressionante! Abraços!