Conhecendo Cuzco antes de viajar para Machu Picchu

Cuzco

Cuzco:  que ver, fazer, comer e beber na cidade

Vou começar o blog narrando minha última grande aventura: A viagem de 18 dias que fiz com meu marido para o Peru.  Nesta viagem, começamos por Cuzco (também com a grafia de Cusco) e ficamos 3 dias se aclimatando; Antes de irmos para  Aguas Calientes fizemos um bate e volta para Pisac (vale muito a pena).

Dormimos 2 noites em Aguas Calientes para curtirmos muito a cidade de Machu Picchu e, depois de passear pela “cereja do bolo” peruano, visitamos Ollantaytambo.

Antes de descermos para Puno, no lago Titicaca, ficamos mais 2 dias em Cuzco para visitarmos as ruínas de Cuzco;

  • A Plaza de Armas

Como o primeiro dia tinha que ser light, fomos para o centro histórico de Cuzco onde está a famosa PLAZA DE ARMAS; a segunda mais bonita no Peru (a de Arequipa é muito mais bonita!).

A Praça de Armas com a Catedral à esquerda e Templo da Cia. de Jesus a direita

A praça tem um estilo bem europeu. De um lado se encontra a CATEDRAL, uma igreja renascentista com esculturas barrocas nas diversas capelas (a maioria esculpida em madeira), muitos quadros e um coro maravilhoso.

A Catedral parece ser imensa, mas na verdade são três igrejas juntas, uma ao lado da outra, cada uma com uma arquitetura diferente. A do meio é a maior e mais bonita.

Ela não faz parte do Boleto Turístico (um bilhete que permite a entrada nos sítios arqueológicos e museus da região), mas com carteirinha de estudante (escola ou faculdade) é possível pagar meia. E vale muito a pena, apesar da proibição de fotos. Ela é muito bonita!

Do outro lado, atravessando a rua, tem a igreja da Cia de Jesus.
Não entramos! 
E’ bonita por fora, mas dizem que por dentro deixa a desejar (também não faz parte do Boleto Turistico)!

  • As ruas Incas
A rua Loreto

Saindo da praça de Armas, ao lado esquerdo da igreja Cia de Jesus, é possível visitar uma das poucas ruas com altos paredões feitos de pedras incas: é a Rua Loreto.
Praticamente a rua inteira sobreviveu!

A curiosidade está em como os incas levantavam seus muros com pedras imensas, polidas, cada uma em tamanho diferente, cheio de ângulos e sem cimento ou coisa do gênero.
Por ser resistente, dizem que os espanhóis desistiram a demolição  e resolveram construir seus casarões a partir desses muros.

Continuando em busca de ruas com ruínas incas, uma caminhada um pouco mais difícil (subindo uma pequena ladeira atrás da catedral e várias outras na seqüência) nos levou ao bairro artesão de San Blas;
Super recomendável!
Antes de chegar a San Blas, encontramos pelo caminho uma rua de nome quéchua bem difícil de pronunciar (veja foto) com vários paredões incas (Na verdade são 3 ruas que saem da Calle Palacio). Uma das pedras inca mais famosa è a “Pedra dos 12 ângulos”, símbolo usado pela cerveja Cusquenha. Não é difícil encontrá-la: estará sempre cercada de turistas!

Além desta rua, há uma viela com artigos turísticos chamada INCA ROCA. O interesse que leva muitos turistas caminharem até ela é algo curioso e interessante: Dizem que as pedras formam a imagem de um Puma. Confesso que só consegui visualizar o animal após ver um postal com o tal Puma “photoshopado” – rs.

  • San Blas

Bom, prosseguindo ladeira acima chegaremos na praça da igreja de San Blas. O bairro é simpático, com vários becos, ladeirinhas, bares e restaurantes, mas è de tirar o fôlego literalmente – rs!
Nunca pensamos que seria tão difícil subir pequenas ladeiras.
E é algo que não dá para explicar: um simples caminhar é tão difícil que parece que estamos correndo (e quando a ladeira é maior, o fôlego falta de verdade e parece quase impossível respirar!).
Mas vale a pena a visita!

Ainda sobre a igreja de San Blas, dizem que é linda por dentro, mas não conseguimos entrar pois chegamos tarde demais e na segunda vez, estava ocorrendo um casamento!

E quem passar por lá em dia de casamento, aconselho a parar alguns minutos e apreciar a festividade. E’ tudo muito simplório, mas é interessante ver uma tradição diferente da nossa.

Acima da praça da igreja tem uma escadaria para o Mirador de San Blas:

 

  • Qoricancha

E para fechar com chave de ouro, um local que é parada obrigatória dentro de Cuzco è o Qoricancha, ou Templo do Sol.
Infelizmente o boleto turistico não vale para o seu ingresso (em 2011), mas com carteirinha da escola ou faculdade é possível pagar meia. Para quem tiver tempo, aconselho o bilhete combinado com o convento de Santa Catalina).

Na verdade, a entrada do complexo se dá dentro do convento de São Domingos. Os espanhóis, quando chegaram a Cuzco e destruíram a cidade, não conseguiram destruir todos os muros incas por serem resistentes e bem encaixados, tanto que muitas paredes incas sobreviveram aos vários terremotos que arrasaram a cidade e os muros do Qoricancha é um exemplo sobrevivente.

(Vejam uma foto atual do complexo: cliquem aqui  e uma outra antes do Terremoto:  cliquem aqui 

E é muito curioso: Toda a estrutura (recente) é de concreto.

A arquitetura é típica de um convento e a parte mais interessante é o claustro, que abriga na parede de seus corredores muitas obras de artes que, no entanto, acabam passando despercebidas pela multidão apreciando as “salas” incas ou melhor, pedaços de templos de culto ao deus Sol.

Dizem que o Qoricancha, o templo mais importante de Cuzco, era repleto de ouro (a tradução não é templo do Sol, mas Templo dourado; imagino a festa que a espanholada fez ao avistar tamanha grandeza. Tanto que eles o descreveram como “algo fabuloso e impossível de acreditar”).

o jardim do convento com a Rua del Sol ao fundo
(a pedra rachada pelo terremoto de 1950)

Ainda dentro destas salas è possível ver pedaços de pedras polidas soltas com seus encaixes “macho e fêmea”, um modo que nos faz entender como essas imensas peças de pedras se encaixavam sem a necessidade de cimento entre elas.

Caminhando pelo corredor é possível sair para o jardim do convento. Além da bela vista que temos, há uma passagem interessante que nos leva para a parte de traz da atual fachada do convento e que nos permite ver a única pedra rachada com o terremoto de 1950 que destruiu o convento.

Este terremoto trouxe visíveis os templos e salas incas que o convento escondia. O que era inca não foi destruído com o terremoto!

  • Convento de Santa Catalina

Além do que mostrei acima, há outras coisas a ser visitadas em Cuzco como o Convento de Santa Catalina di Siena (a entrada pode ser comprada junto ao bilhete do Coricancha, mas aconselho verificarem horário de funcionamento), a praça Regocijo, que não é tao famosa, mas é próxima à praça de armas, a igreja e convento de São Francisco, o museu do Coricancha, que fica fora do complexo.

E claro, as ruínas que estão próximas à Cuzco (leia sobre elas aqui).

  
  • Como ir para Cuzco
Para chegar a Cuzco direto de São Paulo, aconselho um voo à Lima com transferência para Cuzco. De ônibus são mais de 23 horas de viagem (em estradas cheias de curvas e, segundo alguns relatos, perigosa);

Fomos com a Tam e na sequência pegamos um voo da Lan Peru, uma aeronave antiga, mas muito confortável! 

Quem decide entrar no Peru pela Bolívia, poderá, a partir de Puno (cidade principal para quem vai para o Lago Titicaca), pegar um ônibus ou um trem que faça este trajeto. O ônibus é mais rápido e mais barato.

  • Onde ficar em Cuzco

Meu conselho é ficar sempre perto do centro histórico; Nós ficamos no hostel El Tuco, um pouco distante da Plaza de Armas, mas perto da rua El Sol.
Reservamos um quarto privado com banheiro e água quente (fator muito importante) por U$ 30 o casal\dia (em julho\2011);
O local  disponibiliza uma sala de leitura; sala de internet; cozinha com geladeira e fogão; O café da manhã é bem simples (com suco, pão, café, geleias, manteiga) e 
chá de coca a vontade durante todo o dia.

No retorno ficamos na Casa Hospedaje Llaqtayay, também em quarto privativo, mas com banheiro coletivo (bem limpo); o café da manha é servido pela dona da casa; também bem simples, mas saboroso. A cozinha e a internet não é coletiva; usamos prq pedimos aos donos e pagamos U$ 16 a diária para o casal.

A vantagem de ficar distante da Plaza de Armas é a tranquilidade do sono; se o objetivo é diversão, recomendamos os albergues na própria praça.

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  • Quanto tempo ficar em Cuzco

Cuzco é a principal cidade do Vale Sagrado dos Incas e também a principal para quem quer visitar Machu Picchu; E’ uma cidade grande e, como mostrei acima, com muitas coisas para se fazer. 

Nós ficamos 3 dias no início de nossa viagem. E’ muito importante este período para a aclimatação. Nos 2 primeiros dias, circulamos pela cidade e um antes de seguir para Aguas Calientes fizemos o passeio para conhecer Pisac).
Depois dos dias que seguimos para Ollanta – Aguas Calientes – MP, retornamos para Cuzco e ficamos mais 2 dias. Fizemos isso para podermos descansar entre a viagem de Ollanta a Puno; neste período fizemos as ruínas próximas de Cuzco e mais alguns museus que não havíamos visto no inicio da viagem.

  • Onde trocar dinheiro

Cuzco é muito turística e por isso, está cheia de lojinhas que oferecem o cambio de Dólar para Soles; Na avenida principal EL SOL está cheia destas lojas. Meu conselho é sair perguntando para ver quem oferece mais; Em todo o Peru, a cotação de Cuzco é a melhor (talvez pela grande concorrência). Se o objetivo é sacar dinheiro, há muitos ATM pela região! Algumas ficam até mesmo dentro de lojas; Não aconselho o uso em débito de cartões pré pagos (tipo VTM ou MCP) pois a conversão que eles utilizam do dólar para soles è péssima para o turista. 

  • Onde comer

Nas proximidades da Plaza de Armas há várias pizzarias e restaurantes; Todos terão um menu turístico e meu conselho é comer Truta a la Plancha com papas e a Carne de AlpacaNa rua Plateros há vários restaurantes com bons preços; Alguns são indicados pelos hostels.

Fomos em um em frente à praça São Francisco (Calle Granada) chamado Emperador. Além do ótimo atendimento, comemos como antepasto um bolinho de batata com carne levemente picante e uma carne de alpaca deliciosa

  • O que beber

As cervejas peruanas são bem parecidas com as nossas. Vale a pena provar a de cada cidade. Além da Cusquena, gostamos também da Arequipena e da Pilsen!  Mas o que faz fama na cidade não é a cerveja, mas o Pisco; em particular o Pisco Sour; Uma batidinha de Pisco com limão e clara de ovo! Bem suave, cremosa e gostosa! Acho que pagamos 15 soles pelo copo ao lado.

Ao lado da Plaza de Armas existem várias galerias com cafezinhos super charmosos com balcão na parte superior.  E’ bem clichê, mas é gostoso sentar olhando o movimento e a beleza da praça; Porém, se você gosta de café e de chocolate quente forte, não vá com sede ao pote nos diversos barzinhos de Cuzco. O café é fraco (mesmo o expresso!) e o chocolate quente é feito de água quente e solução em pó (horrível)! 

Aliás, nada mais bizarro que o café que nos serviram em uma rua próxima ao Qoricancha. Pedimos café e nos deram uma xícara com água quente e uma garrafinha com algo preto concentrado.  Agora, se você quiser tomar um super suco de fruta por menos de R$ 5,00, entre no YAJUU (em uma das galerias da plaza de Armas)!
Foi ali que tomei o melhor suco de Morango com Laranja da minha vida!!!!!
🙂
Eles fazem sucos de várias frutas e misturas! E ainda te proporcionam uma linda vista da Plaza de Armas.

  • A Altitude em Cuzco
Os Andes
Os Andes

Cusco está à 3400 m de altitude e para quem não sabe, algumas pessoas sentem enjoo e fortes dores de cabeça quando estão em grandes altitudes (o chamado Soroche). Em alguns casos, são obrigadas à irem ao pronto socorro.

Nós não tivemos problema. Pouca dor de cabeça no primeiro dia (que pode ter sido apenas o cansaço da viagem), mas mesmo assim, tomávamos, sempre que possível, o famoso chá de mate de coca.
Além disso, decidimos ficar na cidade antes de nos aventuramos pelas ruínas e assim fizemos.

Um conselho: reservem pelo menos uns 2 dias antes de Machu Picchu, Ollanta ou Pisac e “mergulhe” no chá de coca, na folha de coca e na bala de coca.
Realmente faz a diferença!
E como eles mesmos dizem: “Hoja de Coca no es droga!” Portanto: Bebam! E sem açúcar (parece que o açúcar corta o efeito)!

BOLETO TURISTICO: comprar ou não comprar? (http://www.cosituc.gob.pe/)

O BT é um passe que  direito a entrar em algumas das principais atrações do Vale Sagrado, como (julho/2011) as ruínas próximas de Cuzco (Saqsaywaman, Kenko, Puka Pukara e Tambomachay), Pisac, Fortaleza de Ollantaytambo e alguns museus em Cuzco. 

Compramos o boleto no centro turístico da rua El Sol, perto da Plaza de Armas por 130 soles (completo); Infelizmente, muitas das boas atrações não estão no pacote, mas é uma boa economia. E se você for estudante com menos de 25 anos, pagará meia.
A questão é: vale a pena?
Depende!

Se você pretende ir para Pisac e Ollanta, talvez valha! Nao me lembro se é possível comprar apenas a entrada de um dos locais, mas há bilhetes por circuito (completo; só com museus; só com o Vale Sagrado; só com as ruínas de Cuzco. Cada circuito custa 70 soles).

COMO SE LOCOMOVER EM CUZCO: 

Existem poucos coletivos que circulam pelo centro turístico e eu diria que nem vale a pena pegá-lo se a distancia for pequena. Os táxis (a maioria carros velhos) ao baratos e o valor da corrida é negociado antes de entrar no carro; existe uma média de preço, mas eles dão conforme a cara do turista!

Para ir às ruínas mais distantes, vale a pena sim pegar um coletivo (kombis) em algum “parador”, mas já digo: são feios, sujos e algumas vezes, fedidos! Se estiver em grupo, vale a pena pegar um taxi-coletivo; O preço sai mais caro que as Kombis, mas é mais confortável e limpo; são carros normais que aguardam a lotação e seguem para locais mais distantes como Pisac e Ollanta; Para ter uma noção, em um taxi coletivo, em um feriado, eles nos cobraram 15 soles cada para irmos até Ollanta (60 km de distancia; a última cidade antes de MP)

SEGURANCA EM CUZCO: Circulamos direto pela cidade durante o dia e a noite e não vimos nenhum problema; talvez ocorram pequenos furtos; mas o ideal é nunca estar sozinho em lugar muito ermo; 

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About Juliana (www.turistando.in)

Mãe do Léo, professora de italiano e apaixonada pelas maravilhas do mundo.

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