A Trilha Inca de 4 dias para Machu Pichu

Trilha Inca machu picchu

Mês passado, durante o carnaval, um casal de amigos (a Milena e o Rogério) passou 21 dias no Peru e, entre diversos locais visitados (que escreverei em um post futuro), eles fizeram a famosa Trilha Inca, que segue sentido Machu Picchu.
O Rô,  jornalista de profissão, escreveu o texto abaixo contando como foram os 4 dias da trilha inca clássica, para ser publicado aqui no Turistando.in .
😉

Leia também: Gastos mochilão no Peru: Uma viagem de 23 dias (valor março/2017)

Trilha Inca para Machu Pichu

Por Rogério S. De Souza

Conhecer a cidade de Machu Picchu na província de Cusco no Peru é o sonho de todo mochileiro. Com sua arquitetura única e localização em meio à natureza exuberante, o local atrai milhares de visitantes do mundo todo.

Machu Picchu é a cidade mais distante do chamado Vale Sagrado, onde se concentra a maior parte das ruínas do império derrubado pela conquista espanhola em 1533. A cidade foi erguida no auge do império Inca, que dominou a região entre os séculos XV e XVI.

 

Como chegar à Machu Pichu?

Há duas maneiras de chegar à Machu Picchu: de trem e caminhando por trilha.

Em 2011, na estação de Ollamtaytambo, rumo à Aguas Calientes

Para quem não quer ou não tem tempo para caminhar, o trem acaba sendo mais rápido e cômodo e para ir até Aguas Calientes (ou Machu Picchu Pueblo) você pode:

* fazer um bate e volta a partir de Cuzco, perdendo grande parte do dia viajando (Cuzco está a 3h50 da cidade);

* ir de Cuzco até Aguas Calientes de trem, mas dormir por lá (o ideal);

pegar uma van até Ollantaytambo (a 1h40 do local), conhecer essa graciosa cidade e deste ponto, pegar o trem até AC (economizando um pouco de tempo e dinheiro).

Independente do modo, os 3 jeitos te levam até a cidade de Águas Calientes (parada final do trem).
De lá se pega um ônibus que demora 20 minutos para chegar ao local. Apesar das longas filas, sai um atrás o outro.

O preço médio da passagem de trem é entre U$ 50 e U$ 450 (pela Peru Rail e Inca Rail). Sim, os valores são em dólares e você leu muito bem: tem uma passagem que custa quase U$ 500!

Pernoitando em Aguas Calientes (Machu Picchu Pueblo)

A segunda opção é seguir por trilha e neste caso também temos várias opções. Uma é gratuita e bem complicada de ser feita, conhecida como a trilha da hidrelétrica. Pelo pouco que me lembro, ela não exige muito físico, mas combinação de horários para pegar um ônibus no local x, uma trilha num local y e por assim vai.

Mas há outras bastante procuradas, feita apenas por agências, que são as chamadas “trilha inca”. Os percursos variam de 2, 4, 7 e até 21 dias.
O meu relato é sobre a trilha de quatro dias, que fiz com minha esposa.

A Trilha Inca de 4 dias

Em Cusco há várias agências de Turismo que oferecem o pacote da Trilha Inca, incluindo alimentação e hospedagem.
Eu e minha esposa pagamos U$ 510 cada um, lembrando que março é baixa temporada e os preços tendem a aumentar a partir de maio.
Na agência também alugamos bastões utilizados para ajudar no equilíbrio durante a trilha inca e sacos de dormir, que foram muito úteis nas noites frias que encaramos.

O mapa da trilha inca de 4 dias

Nossa preparação para trilha incluiu uma mochila pequena para cada um com roupas de frio, toca, luva, capa de chuva, doces, chocolates, remédios, folhas de coca e produtos de higiene. Levar mochilas grandes não é recomendável, a não ser que você esteja disposto a pagar U$ 70 por um carregador particular.
Não se preocupe com a alimentação, já que o staff das empresas de turismo, conta além dos guias e dos carregadores, um cozinheiro, que por sinal, faz uma comida deliciosa, mesmo em condições adversas como da trilha.

A turma aguardando o rango

Dia 1

No primeiro dia a empolgação é grande, mas já na chegada a Olantaytambo a euforia vai dando lugar à realidade. A chegada dos grupos de turistas e as orientações dos guias são o ponto de partida da aventura.
Após checar os equipamentos, passar bloqueador solar é hora de cair na estrada. Serão 45 km percorridos até o grande objetivo.

Os primeiros metros são pura adrenalina, sem pensar nas dificuldades que virão depois.
Logo a primeira parada no posto das autoridades locais para checagem dos documentos, não se esqueça de levar o passaporte.

Passada a burocracia e hora de seguir viagem, caminhando sem parar até mais ou menos às 13h, quando ocorre a pausa para o almoço.
Impossível não se admirar com a paisagem da natureza exuberante e praticamente intacta.

No fim do dia, a “hora da pipoca”, momento de descontração e interação entre os mochileiros, com bebidas quentes e ótimo bate-papo. Após a janta, todos vão dormir, pois sempre se acorda cedo.
Detalhe, não há como tomar banho.

Dia 2

O segundo dia é considerado o mais difícil da trilha, afinal são percorridos cerca de 16 km entre subidas e descidas íngremes. É neste dia que se chega ao trecho mais alto da travessia, a 4.275 metros acima do nível do mar.

Pegamos muita chuva neste dia e as roupas encharcadas e o visível cansaço torna a travessia um desafio e tanto. Mas não há tempo para reclamações, e após o almoço, seguimos firmes até o acampamento onde passaremos a segunda noite.

Após um dia chuvoso, a noite fria nos fez lembrar como foi bom ter alugado o saco de dormir.

Dia 3


A aventura continua, o cansaço é mais latente e a necessidade de tomar banho também, a empolgação dá lugar as dores no corpo, calos no pé, fadiga.

A sensação que se tem é que não chegaremos à Machu Picchu, mas a exuberância da natureza, com suas cachoeiras escondidas, formações rochosas de desenhos únicos, nos animam a seguir em frente.

Na última noite com a equipe da empresa de turismo, um animado jantar, com direito a bolo preparado pelo nosso chefe de cozinha itinerante.

Dia 4

O último dia de trilha é também o de mais expectativa.
Acordamos às 3h para sair e esperar a abertura do posto de controle para ingressar no parque sagrado de Machu Picchu. A cada passo a expectativa aumentava e toda a fadiga dos dias sem banho, com dores no corpo ia dando lugar à euforia de conhecer uma das sete maravilhas do mundo moderno.

A chegada é deslumbrante com muita empolgação por todo o esforço. A conclusão que cheguei é que Machu Picchu é lindo, mas vivenciar a experiência do caminho inca é algo indescritível.

Nota: o valor da trilha não inclui a subida à montanha Waynna Picchu (e para quem deseja, precisa pagar antecipadamente mais U$ 60).

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Mãe do Léo, professora de italiano e apaixonada pelas maravilhas do mundo.

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