As igrejas de Florença que você tem que conhecer

As igrejas de Florença que você tem que conhecer

As igrejas de Florença que você tem que conhecer

A capital da Toscana respira arte, mas como toda cidade italiana, ela também respira religião e neste post mostrarei 8 igrejas de Florença maravilhosas e imperdíveis, que você tem que conhecer!

Para quem não sabe, Florença (Firenze em italiano) é o berço do renascimento. Por ali passaram grandes como Dante Alighieri (“pai” da língua italiana), Petrarca e Boccacio (outros grandes da literatura italiana), Cimabue e Giotto (famosos pelos afrescos na Basílica de San Francesco em Assis), Leonardo da Vinci e Michelangelo (dispensam apresentações, né?), Bruneleschi, Botticelli e muitos outros.

Para quem também não conhece, o centro histórico é plano e pequeno. Caminhando é possível passar pelos pontos turísticos da cidade (exceto pontos altos que se encontram no Oltrarno, isto é, do outro lado do Rio Arno).

Mas se meu post é sobre igreja, porque falar de arte? Por que na Itália, muita das vezes, arte está ligada à religião. Por isso, enquanto eu estiver citando as minhas igrejas favoritas, irei falar de alguns desses caras! 😉

Antes de abrir o tópico, uma informação que eu sempre dou quando escrevo sobre este tema: esqueça tua religião e curta essas riquezas da humanidade!

Panorama do centro velho visto do Piazzale Michelangelo.

 

  Confira: As 5 igrejas mais fantásticas em Roma

 


1) Duomo di Santa Maria del Fiore

Das igrejas de Florença, essa é a principal da cidade. Situada no coração do centro histórico, a Praça do Duomo era no passado o centro religioso.

Sua linda fachada com três portas é feita com os mármores brancos de Carrara, verdes de Prato e vermelhos de Siena. Apesar da linda fachada, o que encanta a todos é a estupenda (poderia inserir aqui mil adjetivos) cúpula feita pelo arquiteto Filippo Bruneleschi.

Antes de qualquer coisa, uma curiosidade: Sua construção se deu em 1296, mas como muitas igrejas europeias, seu término ocorreu apenas em 1436. O mais curioso é que a última coisa a ser inserida foi justamente a imensa cúpula.

E não pense você que ela ficou em desuso. Ela já era a principal igreja da cidade mesmo com o baita buraco de sua cúpula, que muitos acreditavam que seria impossível completá-la (mil vezes, obrigada pela sua geniosidade, Bruneleschi).

Ao entrar, não deixe de subir esta cúpula. Enquanto sobe os vários lances de escada, não deixe de apreciar o afresco de Vasari no interior da cúpula.

Apenas para completar: ao lado do Duomo se encontra a torre do Campanile di Giotto e em frente, um baixo prédio octogonal, com 3 portas magnificas: o Battistero di San Giovan Battista, patrono de Florença.


2) Chiesa e Museo de Orsanmichele

Eis uma igreja de Florença que não parece uma igreja (rsrsrsrs). Em um passado, a Igreja de Orsanmichele era um mercado de grãos e cereais. Além disso, é uma igreja com um nome estranho mesmo para quem conhece a língua. Na verdade, Orsanmichele é a uniao de “San Michele in Orto“.

Mas por que virou igreja? Havia dentro deste mercado uma imagem da “Madonna delle Grazie” feita por Bernardo Daddi; Com os anos, peregrinos começaram a entrar neste mercado para rezar para a tal santa, principalmente na época da peste e ficou difícil associar o local com um mercado.

Foto de Alejandro Romero (C.C. 2.0)

Mas  o que faz dela ser uma das igrejas mais incríveis da cidade? Bom, é que em 1404 organizaram um tipo de concurso para que artistas esculpissem uma série de 14 estátuas dos santos protetores das Artes de Florença. E com isso, deu-se início a um ciclo de esculturas, feitos pelos mais famosos artistas da cidade: Nanni di Banco, Donatello, Brunelleschi, Verrocchio, Ghiberti, Giambologna e etc.

Ok! O que vemos hoje são réplicas! As originais se encontram dentro do museu da própria igreja.

Além das esculturas, dos tondos e dos afrescos, há um excelente conjunto de vitrais feitos por Ghilberti, Gerini entre outros


3) Basilica di Santa Croce

A Basílica franciscana de Santa Croce também faz parte das mais importantes igrejas de Florença. Ela é conhecida como o Panteão das Glórias Italianas (Tempio dell’Itale Glorie), pelo simples fato de que dentro dela estão enterrados personagens como Michelangelo Buonarroti, Galileo Galilei, Niccolò Machiavelli, Vittorio Alfieri, Ugo Foscolo e Gioacchino Rossini.

Para não diminuir sua glória, há um túmulo vazio para Dante Alighieri (que se encontra em Ravena), assim como uma estátua do lado de fora em homenagem ao grande poeta.

 


4) Basilica di San Lorenzo

Ainda no centrinho da cidade, bem ao lado do Mercato di San Lorenzo, se encontra uma imensa igreja que parece inacabada. Ou melhor, que parece que esqueceram de fazer a sua fachada. Creia: ela é a mais antiga das igrejas de Florença e antes da Santa Maria del Fiore e da Santa Reparata, era a catedral da cidade.

Ao longo dos tempos ela passou por diversas ampliações. Para ter uma ideia, é possível identificar vários traços arquitetônico (paleocristã, românica e renascentista). Mas o mais curioso é que ela mantém até hoje uma fachada inacabada.

Bom, o grande mestre, Michelangelo Buonarotti, foi selecionado para elaborar um projeto. O modelo propunha uma fachada clássica e proporcional, mas problemas técnicos e financeiros não lhe permitiram levar ao fim o tal projeto. Em 2011, o então prefeito de Florença propôs a construção da fachada nos moldes “michelangiolesco”, com o objetivo de celebrar os 500 anos de seu projeto (iniciado em 1518). Bom, me parece que não saiu do papel novamente!

Tirando a fachada inacabada, seu interno é algo incrível. E o que fez dela especial? Bom, ela era “a igreja” da família Medici (o palácio da “Famiglia” se encontra bem em frente, hoje com o nome de Palazzo Medici-Riccardi), isto é: muito dinheiro e muitos artistas grandiosos trabalhando dentro dela. Nomes como Donatello, Bruneleschi, Michelangelo trabalharam ali! Inclusive, os grandes personagens desta família estão sepultados ali dentro, na Sacristia Nova e na Capela dos Príncipes.


5) Basilica di Santa Maria Novella

Os “avelli”, ou tumbas

Se a Santa Croce é a sede dos franciscanos em Florença, a Santa Maria Novela é dos dominicanos.

Bom, você acabou de sair da estação, sua primeira vista é da igreja Santa Maria Novella, ou melhor, a fachada dos fundos. A beleza da igreja começa antes mesmo de vê-la de frente.

Pegando a via degli Avelli, preste atenção nos muros da igreja: são lindos, com brasões de famílias antigas florentinas. Aqueles muros nada mais são que tumbas (avelli em italiano)! 😉

Seu interno parece mais amplo do que realmente é, graças à sua arquitetura. Dentro, podemos apreciar um imenso crucifixo feito por Bruneleschi. Também, encontramos lá os crucifixos feitos por Giotto (presente no centro da nave principal) e um terceiro no altar maior, feito por Giambologna.

Seu interno é repleto de afrescos, com destaque à obras de Vasari, Donatello e Boticelli. Dizem ainda que Michelangelo, ainda jovem, trabalhou como aprendiz na Capela da famìlia Tornabuoni!


6) Chiesa di Santa Maria del Carmine e 7) Basilica di Santo Espirito

Passando para o outro lado do rio Arno (chamado de Oltrarno), pela Ponte Vecchio, você encontrará duas igrejas interessantes: Santa Maria del CarmineBasílica do Santo Espirito.

A primeira, assim como a de San Lorenzo, tem sua fachada incompleta. Muitos entram nela para apreciar a pequena Capela Brancacci, decorada com diversos afrescos maravilhosos de Masolino e Masaccio, completadas posteriormente por Filippino Lippi.

Um dos vários afrescos da Capela. Este representa A Ressurreição do filho de Teófilo e São Pedro na cátedra (Masaccio e Filippino Lippi)

A segunda também tem uma fachada inacabada, mas com aparência muito clean, nada parecida com as grandes igrejas de Florença. Foi o Brunesleschi que elaborou o projeto arquitetônico, mas o moçoilo faleceu no meio da obra e, como ele tinha mania de não dividir suas ideias com os outros, o que temos é uma interpretação do que o gênio deveria ter pensado.

Em seu interno encontramos obras de Filippino Lippi, Bernardo Rossellino, Maso di Banco e um crucifixo atribuído à Michelangelo Buonarroti.

Foto de Sailko

Ainda nesta igreja encontramos os restos do Cenacolo di Santo Spirito (Última Ceia), obra de Andrea Orcagna. Infelizmente, parte do afresco foi destruído e conseguimos ver apenas uma parte dele.

Uma curiosidade: foi nesta igreja que ocorreu a batalha do púlpito promovida por Savonarola (aquele fanático religioso que mandou queimar diversos livros e obras de arte).


8) San Miniato al Monte

Fora do centro histórico de Florença, do outro lado do rio Arno, mais acima ainda do Piazzale Michelangelo, se encontra a igreja de San Miniato al Monte. Sua fachada espelha com a maioria das fachadas das igrejas de Florença, com uma diferença: ela se encontra na parte alta da cidade e de lá, você consegue ver todo o centro histórico!

Em seu interno, alguns afrescos, mas as cores do mármore externo ainda decoram suas paredes. Ao lado, a torre de um campanile inacabado, ou melhor, não decorado.
Para aproveitar sua caminhada até esta parte, não deixe de visitar o “Cimitero delle Porte Sante”. Ali estão enterradas diversas personalidades (quer ver se reconhece alguns? ) e suas tumbas são verdadeiras obras de arte!


  Confira: As 5 igrejas mais fantásticas em Roma

Este meu post sobre as igrejas de Florença está com links para os maravilhosos textos da minha amiga Analuiza, do Espiando pelo Mundo. Mas se você estiver com preguiça de clicar em cada link, veja aqui todos os posts que ela escreveu sobre Florença!

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20 thoughts on “As igrejas de Florença que você tem que conhecer

  1. Florença é daquelas cidades que a gente se perde andando por suas ruas e se apaixonando. Adorei a seleção de igrejas. São tantas! Cada uma mais linda que a outra.

  2. Só tenho um comentário sobre esse post: me deu vontade de pegar um avião e descer em Florença amanhã mesmo! Conheci quase todas as igrejas e são realmente maravilhosas! Que saudade

  3. As igrejas na Itália são lindíssimas. A arquitetura é impressionante e mesmo não sendo muito religiosa (sou católica não praticante) eu aproveito para conhecer o local e a história do lugar. Engraçado que quando entro em um lugar assim eu sinto uma paz, existe uma energia boa no local.

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