O centro histórico de Gênova, no norte da Itália, foi a porta de saída de muitos italianos nos séculos passados. Neste post mostrarei o que ver no trecho antigo (medieval) da cidade e também na parte mais moderna, com prédios renascentistas e neoclassicistas.
Faz tempo que prometo um post sobre Gênova, a última cidade italiana que meus antepassados viram e a penúltima que morei na Itália. Estive lá por 2 meses a flanar. Não entrei em palácios e museus devido à pouca grana, mas apreciei muitos cantinhos durante minhas caminhadas.
Sempre adiei este texto e desta vez resolvi colocar em prática. Tudo isso porque o tema do 8on8 deste mês é “Centro Histórico” e tentarei aqui descrever um pouco sobre os centros históricos de Gênova.
Sim, no plural! Pois é assim que eu a vejo!
🙂
O centro histórico de Gênova na Itália
Na época pré-romana, a região onde se encontra Gênova era habitada pelo povo Liguri. Há restos de construções que datam do séc V a.C. No entanto, ela foi esquecida dos relatos por muitos séculos, renascendo na baixa idade média.
Motivo: junto à Veneza, era ponto de partida para os centros comerciais do Mediterrâneo Oriental.
Por isso, temos alguns trechos bem interessantes do antigo centro histórico de Gênova que deve ser visitado.
Primeiro, conhecer o Porto Antigo é um dever, mais que um convite. Hoje, essa parte é reservada às embarcações de pequeno e médio porte, seja de uso privado ou até mesmo para o uso turístico. Em 92 ela foi reestruturada para um evento em homenagem aos 500 anos da Colonização europeia nas Américas por parte de Cristóvão Colombo e o arquiteto designado para tal ação foi o famoso genovês Renzo Piano. Aqui ele fez o Bigo, uma estrutura branca inspirada nas antigas gruas marítimas e que sustenta o elevador panorâmico com vista de 360° da cidade.
Também de Renzo Piano é a Biosfera, chamada de Bolla de Renzo Piano, uma estrutura cilíndrica de vidro que imita a floresta pluvial tropical e que abriga 150 espécies de animais e vegetais.
E para concluir, é nesta parte que se encontra o Aquário de Gênova, considerado o maior da Itália, 3° maior da Europa e 9° maior do mundo. E zanzando por essa parte, vocês verão o “Vascello Neptune”, uma nave pirata que fora construída para um filme Piratas, de Roman Polański.
O porto marítimo (para quem decide fazer cruzeiros ou transatlânticos) se encontra na sequência, mas essa área é tão imensa que eu nunca fui até lá caminhando.
No final do porto antigo se encontra a Lanterna, o antigo farol, símbolo da cidade. No entanto, apesar de parecer fácil, não aconselho tentar visitar esse farol em uma simples caminhada.
A lanterna está no meio de diversos viadutos e para chegar até ela, precisa pegar uma passarela. Neste site tem mais informações e até mesmo os horários dos ônibus gratuitos que partem do Museo Galata.
O parque abre apenas aos finais de semana e feriados, das 14h30 às 18h30. Custa 6€ (não ficou claro se a subida ao farol está inclusa no MuseuCard ou se a entrada é livre somente ao museu). O Reppublica publicou 30 interessantes fotos da cidade vista a partir do farol.
Mas o porto antico é apenas uma parte do antigo centro histórico de Gênova. Precisamos circular pelo bairro medieval, onde tudo acontecia!
Os prédios coloridos do bairro medieval
Essa parte é, para mim, a mais interessante. Suas ruas são estreitas, labirínticas, seus prédios altos, velhos e coloridos. Amantes de fotografia se deliciam por aqui.
O centro hoje é bem vivo e o happy hour rola solto. Em alguns cantos, a prostituição também, mas não me lembro de me sentir mal ao caminhar por ali sozinha (ok nunca fiz isso após às 19h).
Não se esqueça de entrar na “Cattedrale di San Lorenzo”e de apreciar a Porta Soprana, um dos antigos portões da cidade. Passando essa porta, podemos avistar as ruínas de um convento (Chiostro di Sant’Andrea) e também as ruínas da suposta casa de Cristóvão Colombo.
Na idade moderna, a cidade perdeu o poderio marítimo e o centro histórico de Gênova deixou de estar na parte baixa, que foi se degradando aos poucos.
Com o renascimento “bombando” na Itália, as famílias ricas da cidade saíram do bairro medieval e planejaram sua nova moradia em uma zona que era, na época, degradada. Construíram ali um novo centro, com casarões e palácios suntuosos e Gênova foi pioneira em um tipo de loteamento que se tornou exemplo para o resto da Europa.
Imaginem uma rua plana, com menos de 1km e com uns 15 esplêndidos palácios, um ao lado do outro? Essa era a Strada Nuova, a rua da “alta sociedade” genovesa. Hoje ela se chama Via Garibaldi e está inserida desde 2006 na lista da Unesco. Desses palácios, 3 tornaram-se museus (Palazzo Rosso, Palazzo Bianco e Palazzo Tursi).
Para quem tiver interesse, existe um tour pelos palácios dessa rua oferecido pela Get Your Guide e pela Tiqets. Para entrar nos 3 museus acima e mais nos outros 20 museus da cidade, aconselho comprar o Card Musei.
Vamos agora para outro centro histórico, que mistura prédios medievais, renascentistas e neo-classicistas. Seu centro é a fonte da praça De Ferrari, que se encontra ao lado do Palazzo Ducale, um prédio de origem medieval e que tem uma fachada pintada bem curiosa deste lado. A praça ainda compõe o prédio do teatro de ópera Carlo Felice e os prédios comerciais da Bolsa, do Banco Credit e do Palazzo della Regione Liguria. É nela que nasce a rua XX Settembre, a rua do comércio genovês.
O final da XX Setembre se dá em uma área mais modernona, com prédios grandes e espelhados (que particularmente não me agrada). Mas há um contraste com os prédios que rodeiam a Piazza dela Vittoria.
E por fim, neste meu passeio por Gênova, insisto que uma visita a um dos Belvedere (mirantes) te dará uma visão bem interessante de como a cidade fora construída. Dará também para ver onde se encontra o “centro comercial” da cidade, com edifícios que contrastam o centro velho.
Onde ficar em Gênova?A parte mais alta do centro histórico é onde se encontra a Piazza de Ferrari e é uma região ótima para se hospedar. Eu gosto muito do trecho desta praça até o Porto Antico, mas verifiquem os comentários do Booking em relação à localização. Opções fora de Gênova para quem quiser depois ficar perto do mar: Genova Nervi (a região de mar da Gênova. Como tem estação de trem – valor de um passe diário da cidade – pode valer a pena ficar aqui). Navegue no mapa abaixo para localizar hospedagem em GênovaO Booking oferece uma opção interessante de mostrar aqui dentro do blog um mapa da cidade com os valores das diárias dos hotéis conveniados. Assim, você pode encontrar hotel com preço baixo e ainda dar uma ajudinha ao blog (parte da comissão deles vem para nós!). Se você gostou do material, não custa nada, não é? Mostre o mapa
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Mais fotinhos do projeto 8on8
Gostou? Foi um prazer compartilhar com vocês um pouco de uma cidade linda e pouco explorada, que morro de saudades . Aproveite e veja meus outros posts do projeto 8on8 e não deixe de ver as 8 fotos das outras colegas que fazem parte do projeto escolheram com o tema “Centro Histórico“:
Entre Polos – Centro Histórico de Olinda – Tour com Guia Local; Turista FullTime – Centro histórico de Manaus e as principais atrações; Travel Tips Brasil – O que fazer em Bergen – andando pelo centro histórico; O Berço do Mundo – Tomar e a linda Festa dos Tabuleiros;; Mapeando Mundo – Oito atrações para visitar no centro histórico de Praga; Chicas Lokas – O charmoso Centro Histórico de Florianópolis; Let’s Fly Away – Viagem para Dubai, desvendando seu centro histórico; Destinos por onde andei… – Conexão em Bogotá, o que fazer?; Espiando pelo Mundo – Velhas cidades inesquecíveis pelo mundo;
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Que legal o post. Genova é uma cidade bem bonita e rica em história. A catedral de San Lorenzo parece bastante com as de Florença. A Arquitetura é bem característica né? Amei o post
Sim…. as cores dos màrmores…. devem ser da mesma época!
😉
Oi Ju, não conheço Gênova, mas gostei muito de ler sobre a experiência no centro histórico da cidade. Eu gosto muito do trabalho do Renzo Piano, com certeza gostaria de visitar. Amei saber dos prédios coloridos do bairro medieval, eu ía tirar muitas fotos! Adorei as dicas! Beijos
Nao sao coloridos como Burano, perto de Veneza, mas tem um charme
😉
Engraçado que, apesar de já ter passado por Gênova duas vezes, só tive a ideia da extensão de seu centro histórico ao ler o seu post. Em minha defesa, foram breves visitas, realizadas durante as paradas de cruzeiros no Porto de Gênova. A vantagem é, que dali, pude fazer tudo a pé. Inclusive, visitar o aquário e dali ir andando até a Praça de Ferrari.
Agora, realmente, para quem tem mais tempo, a cidade deve ser um grande playground medieval, cheio de bequinhos e fachadas lindas!
Que sorte a sua ter conseguido desvendar cada pedacinho, nos dois meses que passou por lá. Experiência única!
Vou te confessar uma coisa: descobri mais de Genova escrevendo este post que circulando pela cidade
Tanto que, ao escrever, senti a necessidade de retornar
hahahahahaha
Que bom conhecer um pouco mais de Gênova através do seu post. Gosto da sua observação do contraste entre o velho e o novo explicitada na sua foto. Bjs!
😉
E olhe que eu nem coloquei foto do “novo”!
hahahahaha